25/02/2016

Três ondas de inovação que anunciarão a morte dos bancos como os conhecemos. 2a onda

Segunda Onda
No post anterior a inovação foi gerada pelas fintechs que classifiquei como "Over the Bank". Temos ainda duas para conversarmos e aqui falo sobre a onda de inovação trazida pelas iniciativas “No Bank” 
Para lembrar, classifiquei as fintechs em: 
Esse tema tem muito a ver com a chamada economia colaborativa ou compartilhada. Se quiser entender mais sobre o tema acesse: Consumo Colaborativo. 
Para nós é importante entender que o consumo colaborativo surgiu como uma alternativa ao modelo de negócio tradicionalnele a "empresa ou indústria" é retirada da cadeia comercial. As motivações são variadas: reduzir o impacto ambiental, universalização de acesso a produtos e serviços e é claro, criar plataformas que permitam negócios de pessoas para pessoas. Novamente, tirando as empresas e intermediários desse processo. 
Como fazem isso? Com a ajuda da tecnologia eles criam uma plataforma que funciona como um Hub. Conecta as pessoas que possuem uma sala de reunião ociosa, com as que precisam de um lugar para trabalhar por algumas horas. A plataforma não ganha dinheiro alugando espaço (na verdade o espaço não é dela), mas um percentual por manter esse hub ativo e com certas garantias. Sim esse business existe inclusive no Brasil, é o Sharedesk 
Mas que não seja por falta de exemplos, veja o Mapa da economia Colaborativa e se inspire com a variedade de negócios. - 
Bom vamos olhar agora para as iniciativas para o mercado financeiro e, para não acharmos que isso é coisa de "gringo", vou usar exemplos de fintechs aqui do Brasil. 
Você conhece a startup Urbe.meonde pessoas comuns usam a plataforma para, em grupo, financiar a construção de empreendimentos residenciais e comerciais? Ou o Broota, que é uma alternativa para empreendedores captarem financiamento para sua startup/empresa. Olhando "de cima" são formas alternativas as diversas modalidades de empréstimo de um a instituição financeira, só que eles não são e nem querem ser um banco. Essas são as iniciativas "No Bank". 
É claro que há quem diga que conseguir crescer uma startup que compartilha wifi (Fon) é uma coisa, mas que o mercado financeiro é mais complexo e isso não vai funcionar, classificando isso quase como um movimento hippie.  
Será? Fora do país a Lending Club é uma das maiores empresas de empréstimo colaborativo com mais de $15 bilhões emprestados e 10 anos de existência. Not so hippie huh!  
Bom, simplificando a engenharia matemática da coisa, (garanto que não é tão simples assim) a ideia básica é de: Criar uma plataforma e ajudar a quem tem dinheiro, emprestar para quem precisa. Segundo eles, nesse modelo, podemos oferecer melhores condições para investidores e tomadores de crédito, como? É só tirar o Banco da jogada! 
Vejam como a própria Lending Club explica essa vantagem: 
Claro que só o tempo para dizer se eu ou você teremos coragem de investir com eles, se confiaremos em como eles classificam e avaliam as pessoas que querem crédito, no final eles não emprestam o dinheiro e sim os investidores.  
Até aqui tudo bem, mas isso vai acabar com os bancos tradicionais?Claro que é uma grande ameaça, mas tem mais. A grande onda de inovação aqui não se resume a mudar o modelo de remuneração em uma operação de empréstimo, que já é bem bacana. ;-) 
Essas iniciativas possuem uma operação de baixo custo mesmo com o crescimento do negócio. Eles realizam análise de crédito, risco e fraude em minutos, tudo online e com poucas intervenções de seus poucos colaboradores. E tem mais! 
As maiores plataformas americanas e europeias usam, por exemplo, Inteligência Artificial, Machine Learning ou no mínimo algoritmos avançados para realizar atividades usando fontes alternativas de dados. Isso dá a eles um escopo de análise maior, mais eficiência, rapidez e é claro, um custo de operação menor. 
Umas das startups, por exemplo, descobriu que o tempo que seu tomador de empréstimo gasta lendo as condições do financiamento, esta diretamente ligado à propensão de se tornar inadimplente. 

Aqui meus amigos nossos bancos terão que aprender tudo, estamos muito longe do conhecimento adquirido pelas startups que vem aplicando várias tecnologias emergentes há alguns anos. Seu modelo de negócio indica que esses investimentos serão cada vez maiores. 
Nos próximos cinco anos veremos essas startups com um poderoso BackOffice que por si só será um patrimônio cobiçado para aquisições, mas isso deixará claro o quanto nossos bancos estão atrasados na digitalização e no uso de novas tecnologias em seus processos. 
Quais são as questões que os bancos devem olhar para acertarem seu passo? 

1- A simplificação de todo o processo: 

É muito mais fácil automatizar e dar inteligência em processos que foram atualizados e simplificados. 

2- Aplicação de novas tecnologias onde é necessário ganhar escala: 

É inaceitável não dominar as soluções possíveis de Advanced AnalyticsArtificial Intelligence ou de Machine Learning, onde exista a necessidade de avaliação de um grande volume de dados individualizados. Se você ainda não faz nada nessa área eu recomendo que você inicie um piloto ainda hoje. 

3- Criar um ciclo contínuo de insight através dos dados: 

Um fluxo contínuo de sprints com uma boa equipe de cientistas de dados para encontrar insights de novas fontes de informação, trará aprendizados, melhorias e um "tempero" só seu na automatização dos processos de BackOffice.  
Você tem dúvidas se os bancos perderão muito no Brasil para essas alternativas? Veja o gráfico abaixo sobre o mercado de financiamento imobiliário nos Estados Unidos. 
Eu sei temos muitas diferenças regulatórias, mas veja a disposição das pessoas em migrar. Se aprofundarmos nesse estudo, veremos que a partir de um ponto os próprios bancos reduziram seu interesse nesse tipo de empréstimo devido a baixa capacidade de competir, alto risco e baixo ganho.Nesse novo jogo, quem investir em eficiência digital, estará com a bola no pé. 

E você, como está vendo a transformação do BackOffice nos bancos tradicionais? Deixe sua opinião. 


Quer aproveitar e ler a Primeira Onda? Clique aqui.  

Em breve publicarei a terceira e última onda. 

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